Zé Dudu – Caetano Silva
Uma situação
inusitada, cercada de mistério e com inúmeras perguntas ainda sem respostas
começou a ser investigada no final da manhã de domingo (10) pela 20ª Seccional
Urbana de Polícia Civil, em Parauapebas. Dizendo-se ameaçado por membros de uma
facção criminosa, Rafael Wilker Silva, 25 anos, trouxe o corpo do amigo José
Alan Macedo do Amaral, 28, assassinado a tiros nos arredores de Belém, na mala
do automóvel Chevrolet Classic, prata, placas QEG-0252 e o entregou ao pai do
morto, na Rua Rio Dourado, Bairro Beira Rio I por volta das 11h. As primeiras
informações colhidas na 20ª Seccional dão conta de que, José Alan, que era o
dono do carro, convidou o amigo Rafael Wilker para ir com ele até Belém, na
última quinta-feira (7). Quando retornavam a Parauapebas, na madrugada de
domingo, por volta das 2h, já fora do perímetro urbano da capital, Alan recebeu
mensagem de texto, via WhatsApp, orientando para que ele retornasse à cidade,
conforme narrado por Wilker. O rapaz contou ainda que, em vez de seguir direto
pela estrada, José Alan entrou num ramal e parou num local ermo, onde os dois
foram cercados por sete indivíduos armados.
Os
desconhecidos – ainda conforme a narrativa de Rafael Wilker –, pertencentes a
uma facção criminosa, amarraram as mãos de José Alan para trás e o obrigaram a
entrar no porta-malas do próprio automóvel, onde o executaram com vários tiros.
Em seguida com as armas apontadas para a cabeça de Rafael Wilker, segundo ele
mesmo conta em depoimento, ordenaram que trouxesse o cadáver do amigo a
Parauapebas. O rapaz diz que ainda foi parado na estrada por policiais
rodoviários os quais, após identificá-lo e conferirem os documentos do veículo,
o liberaram sem abrir o porta-malas do carro. Por volta das 11h, ele chegou à
cidade e parou o Chevrolet Classic, mas proximidades da casa do pai de José
Alan, para quem contou o que aconteceu e informou que o cadáver do rapaz estava
no carro. O homem, então, considerou por bem conduzir o veículo, com o corpo no
porta-malas e Rafael Wilker até a DP. O pai de José Alan Macedo do Amaral,
procurado pela Reportagem, não quis informar o nome e limitou-se a dizer apenas
que comprou o carro para que o filho trabalhasse como motorista de transporte
de passageiros por aplicativo.
Quanto a
Rafael Wilker Silva, ele foi ouvido em depoimento e liberado em seguida.
Abordado pela Reportagem , ele disse que nada tinha a declarar.
O caso deixa
muitas perguntas sem resposta:
O que José
Alan e Rafael foram fazer na capital?
Por que José
Alan voltou e entrou num local ermo?
Quem entrou
em contato com ele?
Por que
Rafael Wilker, sendo testemunha da execução sumária, escapou ileso?
Por que
Rafael Wilker não parou na primeira cidade depois de Belém e procurou a
polícia?
Por que, ao
ser abordado por policiais rodoviários, ele não contou o que estava
acontecendo?
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