Prefeita denuncia calote de empresa de Alexandre Siqueira no transporte escolar de Tomé Açu

Em um áudio que circula nas redes sócias desde o início da semana, a prefeita do município de Tomé AçúAurenice Corrêa, faz um desabafo sobre o calote aplicado pela empresa TEC LIX, junto aos prestadores de serviço que atuam no transporte escolar do município. A empresa pertence ao empresário de Tucuruí, Alexandre Siqueira.  No áudio, Aurenice Corrêa diz que das três empresas que ganharam a licitação do transporte escolar, apenas a TEC LIX, recebe o dinheiro repassado pela prefeitura e não paga os carros terceirizados no município para o transporte escolar.


A prefeita narra no áudio que em uma das situações, depois de 8 dias que a TEC LIX já havia recebido repasse, teve que se envolver diretamente, indo atrás dos donos da empresa para pagarem os terceirizados. “ Fomos atrás deles e demos os números das contas para pagamento de cada fornecedor. Eu fui lá. Eles disseram que iriam pagar em mãos todos os terceirizados. Depois o dono mandou dizer, por um terceiro, que ainda não tinha arranjado o dinheiro. Eles receberam e gastaram o dinheiro”. Diz a prefeita no áudio orientando o interlocutor da mensagem a fazer o destrato do contrato. “ Só o fato deles terem pego o dinheiro e até hoje não terem pago os fornecedores é motivo para fazer o destrato”. Diz AureniceCorrêa.Ontem, a reportagem tentou várias vezes manter contato com a prefeita de Tomé AçúAurenice Corrêa Ribeiro. Por telefone, o marido da prefeita declarou que a prefeitura de Tomé Açú fez o destrato com a empresa TEC LIX porque a mesma não honrava os compromissos com os terceirizados, motoristas de ônibus e vans. Este ano, a empresa tentou se habilitar novamente para concorrer na licitação para o transporte escolar de Tomé Açu, mas foi desclassificada pela comissão organizadora.  


HISTÓRICO


As empresas de Alexandre Siqueira já são conhecidas nas prefeituras do interior do Pará e também constam em várias investigações do Ministério Público do Estado. Ano passado, o portal de notícias Ver o Fato, publicou uma série de reportagens mostrando uma nova modalidade de fraudes para lesar os cofres públicos das prefeituras. Trata-se de agiotagem para bancar campanhas de candidatos, com contrapartida de sociedade da organização criminosa no mandato. 


Neste caso, o candidato assume compromisso com os agiotas de pagar a dívida e de entregar várias pastas municipais para o grupo criminoso. O procurador-geral do MP do Pará, Gilberto Valente Martins, recebeu uma denúncia da Procuradoria do município de Tucuruí, relatando o modo de agir da quadrilha no município e em outras prefeituras paraenses. Só em Tucuruí, a quadrilha desviou R$ 180 milhões dos cofres municipais. Foi constatado “grande volume de pagamentos irregulares, frutos de processos licitatórios e contratos realizados à época para um grupo de empresas, tendo à frente o empresário Alexandre de França Siqueira, sócio majoritário e administrador das empresas”.


A denúncia aponta o empresário Alexandre Siqueira França como chefe do esquema criminoso, sendo ele titular de várias empresas que ganharam licitações nos municípios envolvidos. Alexandre foi o financiador da campanha do prefeito assassinado de Tucuruí, Jones William. O esquema era repetido sistematicamente nas outras prefeituras. Um processo que apura o rombo nas prefeituras paraenses está tramitando, em segredo de justiça, na Vara de Repressão ao Crime Organizado em Belém.


DA REDAÇÃO. 

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