Um duelo de gigantes está acontecendo na capital do Maranhão, São Luís, entre duas famílias influentes de lá. De um lado, a Família Porto, formada de conceituados empresários há gerações, e que desde 2016 tenta tirar da Penitenciária de Pedrinhas, uma das mais caóticas e perigosas do Brasil, o empresário e bacharel em direito, Lucas Porto.
No outro polo está a Família Sarney, capitaneado pelo político Sarney Neto, que não poupa dinheiro, influência política, nem espaço em diversos meios de comunicação da família, para manter o rapaz na cadeia.
Lucas foi preso em novembro de 2016, acusado de feminicídio contra a cunhada dele, Mariana Costa, sobrinha-neta do ex-presidente Sarney, filha de Sarney Neto.
A família Porto afirma que Lucas é inocente. Há quem lance suspeitas sobre outro membro do clã Sarney, marido da vítima, condenado a mais de 14 anos de prisão por crime de estupro contra uma menor de idade, filha de uma das testemunhas de acusação do caso Lucas Porto. Mas, o viúvo estaria em lugar incerto e não sabido pelas autoridades maranhenses, em tese usando uma tornozeleira eletrônica.
O Júri Popular de Lucas Porto seria em 24 de fevereiro, no Fórum Sarney Costa, no bairro Calhau, mas o juiz adiou por reconhecer a falta de perícias no processo. Remarcou para 24 de maio mas, como as perícias ainda não tinham sido feitas, em parte por falta de tecnologias apropriadas, desta vez a Defesa se viu obrigada a informar da impossibilidade de não levar o empresário a júri sem provas imprescindíveis, se retirando do Fórum, enquanto ocorria o que chamou de “simulacro de Júri”.
Embora acusados de abandono do Júri e, por isso, multados em mais de R$ 100 Mil pelo juiz do caso, os advogados insistem nas perícias, alegam manipulação dos jurados pela influência das mídias da família Sarney e pediram desaforamento do caso, de preferência para outro Estado, ou subsidiariamente para outra comarca com menor acesso a contaminação da maciça mídia contra no empresário.
O novo Júri já foi marcado para o dia 30 deste mês, se não houver outro desdobramento até lá. Afinal, as pendências de perícias dependem de inovações tecnológicas que o Maranhão não tem.
Enquanto isso, outras tecnologias, as da internet, bem usadas pelas mídias, vão preparando a consciência ou inconsciência dos jurados. Mas como afirmou o próprio ex-presidente Sarney, em 21.03.2021, no artigo Duas rosas: A bela e a fera, publicado no jornal O Estado do Maranhão, um de seus mais renomados veículos de comunicação, republicado pelo Noblat na Veja, “a internet, entre outras coisas, matou a verdade e são tantas as verdades que não sabemos qual é a verdade verdadeira, na consumação literal da frase de Swift - A mentira voa e a verdade vai capengando atrás dela - e fecha com sua própria frase: “Quem a escolhe são os que comandam a comunicação.
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